Albert Einstein disse que “se você não consegue explicar algo de maneira simples, é porque você mesmo não o entendeu suficientemente bem”.
Saber defender uma ideia e fazer com que as pessoas confiem nela pressupõe, antes de mais nada, a total compreensão sobre o ponto de vista em questão e seus desdobramentos. Por isso, o impulso de colocar em prática uma ideia de negócios rapidamente, no momento em que ela surge, sem construir total clareza sobre as reais necessidades da empresa e o resultado efetivo da ação proposta, possivelmente colocará você, cedo ou tarde, em uma situação desconfortável: aquela em que o pensamento simplesmente não flui com a naturalidade e consistência de quem sabe o que está falando.
No planejamento de um projeto importante, reconhecer os desafios é apenas o primeiro passo. É preciso antecipar o impacto que o resultado desse plano terá sobre a organização, explorar previamente a receptividade à ideia, o grau de compreensão sobre o problema a ser resolvido e possíveis resistências. Se a proposta abarcar o uso de tecnologias e ferramentas, deve-se verificar o quão pioneira a iniciativa será e se a cultura da empresa admitirá esse pioneirismo.
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Se a solução for direcionada a melhorar a satisfação dos clientes, deve-se explorar mais profundamente a questão junto ao mercado. Será preciso conduzir um diagnóstico que requer entrevistas com profissionais-chave da empresa e com clientes – tanto fiéis quanto outros que tenham dado preferência aos concorrentes.
Todo esse trabalho ajudará a melhorar a ideia inicial, definindo adequadamente escopo, sua estratégia de desenvolvimento em fases e até, eventualmente, mostrando a sua inviabilidade antes de expô-la aos responsáveis pela aprovação dos investimentos.
Confirmada e otimizada a solução, a equipe responsável pela defesa do projeto deve ser a primeira a tentar “destruí-lo” em diversos níveis. Há que analisar: qual o grau de prontidão da empresa para implementar o que está sendo sugerido? Qual a real capacidade financeira para sustentar o desenvolvimento dessa ideia? O plano pode ser implementado internamente ou demanda ajuda externa? Com quais outras propostas ele vai concorrer, dentro da empresa, no momento de conseguir aprovação e comprometimento do board para executá-lo? A resposta a essas perguntas transforma-se em uma nova rodada de melhorias da ideia.
Ao final, a capacidade de defender uma ideia com simplicidade e clareza, como Einstein sabiamente observou, é praticamente uma consequência das ações que antecederam aquele momento de revelação. E, na hora da verdade, o domínio adquirido sobre o assunto será, mais do que qualquer poder de articulação e oratória, o melhor fator de sucesso.