O termo Arquitetura Empresarial já existe há algum tempo. A compreensão do que está por trás do conceito – e principalmente sua aplicação prática – ainda deixa a desejar.
Dá para perceber que se trata de algo voltado a organizar ou planejar uma empresa, e lembra desenhos, cronogramas, medidas e projetos. Essa percepção está correta, e assim como nos projetos arquitetônicos na indústria de Construção, é preciso combinar criatividade e objetivos com materiais e tecnologias.
Resumidamente, o desenvolvimento da Arquitetura Empresarial começa com a elaboração (ou o entendimento) de uma Estratégia de Negócios na qual se aposta ou se acredita, suportada por uma Estratégia de Tecnologia que viabiliza as iniciativas planejadas. Esse binômio Negócios-Tecnologia caracteriza a Arquitetura Empresarial, e define seus dois principais pilares: a Arquitetura de Negócios e a Arquitetura Tecnológica.
A Arquitetura de Negócios reúne os processos, as informações, as pessoas e a organização física da empresa, enquanto a Arquitetura Tecnológica cuida das aplicações, dos dados e da infraestrutura. Planejar uma Arquitetura Empresarial é entender as conexões entre todos esses componentes, e – assim como no projeto de um imóvel – procurar otimizar funcionalidades, custos, segurança e estética, além de alinhar-se com as tendências e usar o que há de mais moderno.
Significa que a evolução da empresa seguirá um plano de investimentos consistente, e com prioridades claras. Mudanças vão acontecer ao longo do tempo, mas a existência de uma base sólida facilitará a tomada de decisões igualmente consistentes.
O que observamos com freqüência no mercado é o “puxadinho”: soluções pontuais para atender “rapidamente” uma necessidade de negócios recém detectada. O “puxadinho” também não costuma privilegiar a revisão de processos ou evitar a multiplicidade dos dados, porque preocupa-se somente com algo específico e “urgente”, sem pensar no todo.
“Puxadinhos” em série acabam gerando uma arquitetura confusa, ineficiente e – pasmem – cara ! Isso também não ajuda em nada a imagem de TI.
Poucas empresas e poucos executivos conseguem transformar o modelo de negócios de reativo (“puxadinho”) para planejado (arquitetura empresarial), porque isso exige perfis melhor preparados, visão de longo prazo e um ambiente de integração entre as pessoas.
Fica aqui a recomendação de como proceder: os processos precisam evoluir com a dinâmica dos negócios, e possuírem um alto grau de automação proporcionado pelas aplicações; Dados e informações críticos devem ser gerenciados e elaborados com a atenção que os ativos mais importantes de uma empresa merecem; o negócio precisa de talentos em todas as áreas, que devem ser cuidados, motivados e treinados; a organização física do negócio e a infraestrutura tecnológica devem facilitar os processos e a integração de sistemas e pessoas, garantir segurança, disponibilidade e continuidade, e permitirem elasticidade para acomodar as expansões e eventuais contrações do negócio.
Parece óbvio?