Transformação de negócios: por que você deve planejar hoje o pós-pandemia

Era do pós-normal trará desafios ainda mais complexos para as empresas; sai na frente quem se preparar para ela ainda durante a crise

Por Lozinsky Consultoria

Diante de uma situação que mergulhou o Brasil em um estado de incerteza, a reação das empresas à crise ocasionada pela pandemia do coronavírus é urgente. Mesmo diante da necessidade de apagar incêndios diários, não dá para deixar de lado o planejamento e estruturação para a retomada, que acontecerá mais cedo ou mais tarde. E, para tanto, é fundamental analisar como o mercado está reagindo aos desafios e o que pode ser feito para manter a transformação dos negócios rumo aquela que já vem sendo chamada de “era do pós-normal”.

Nessa nova configuração de mercado, o profissional de TI que se destaca não é necessariamente aquele com a maior capacidade de entrega, maior influência ou que é dono de um grupo de competências técnicas – embora todas essas características sejam bem-vindas. O diferencial será a capacidade de liderança. “Aquele que tiver tranquilidade ao saber se posicionar, mostrar sua visão, indicar caminhos, esse é o que fará a diferença. É muito importante ter na equipe alguém que seja capaz de mostrar que os problemas têm solução, que faz parte deste momento resolver temporariamente uma situação e depois resolvê-la de novo. Essa serenidade é essencial”, disse Sergio Lozinsky durante a primeira live do especial “Da crise à retomada: a continuidade dos negócios durante e pós-pandemia”, evento virtual promovido pela Lozinsky Consultoria nos dias 14 e 15 de abril. O tema do bate-papo inicial, que também contou com a participação de Nancy Abe, CIO do grupo NotreDame Intermédica, foi “CIO: uma jornada de emergências e planejamento”.

Assista na íntegra à live “CIO: uma jornada de emergências e planejamento”

Nancy citou ainda os desafios de gestão da equipe, destacando a importância de trabalhar para formar um sucessor. “Quem já fazia isso antes da crise teve uma grande vantagem, pois esse sucessor em potencial sabe como você trabalha, e pode ter autonomia para tomar decisões a partir das diretrizes que você der. Isso ajuda a dividir um pouco essa carga nessa hora”.

Essa não é, porém, uma prática frequente entre os líderes de TI. Segundo a primeira edição da pesquisa “Jornada do CIO: da realização pessoal à transformação de negócios”, realizada em 2019 com quase 200 executivos de grandes empresas brasileiras, a preocupação de formar um sucessor é destacada por apenas 21% dos participantes. Dessa forma, é possível supor que muitos não tomaram a iniciativa recomendada por Nancy, e acabam tendo que absorver sozinhos a maior parte das responsabilidades da área.

Mesmo diante dos desafios ainda mais complexos gerados pela crise, Nancy e Sergio acreditam que a área de TI vai sair fortalecida desse período. “Não há mais como negar o papel estratégico da tecnologia. Mesmo as empresas que não o tinham em sua cultura estão assumindo isso”, avaliou Sergio. Nancy complementou que o comportamento abre a oportunidade para que a TI emplaque projetos e soluções que há tempos estavam em pauta, mas que não encontravam prioridade no ambiente decisório da empresa.

Gestão de crise

A segunda live do especial, realizada no dia 15, contou também com a presença do sócio-fundador da Lozinsky Consultoria, e ainda do sócio-consultor Ricardo Stucchi. O tema foi “Gestão de crises: por que a transformação de negócios não pode parar”.

Assista na íntegra à live “Gestão de crises: por que a transformação de negócios não pode parar”:

Sergio ponderou que algumas empresas estão dependendo do seu lado digital para sobreviver nesse momento, o que tende a gerar um impacto muito grande sobre a aceleração dos planos de TI. “Muitas organizações vão começar a descobrir na prática o que é a transformação digital, até porque essa situação toda está proporcionando uma experiência digital que muitas empresas nunca tiveram. Isso vai acelerar um pouco a curva de progresso e abrir novos negócios.”

Ricardo Stucchi trouxe a necessidade de avaliar o mais objetivamente possível as medidas tomadas em reação à pandemia. “Mesmo a medida emergencial de colocar todos trabalhando de casa pode não ser definitiva, apesar de muitos entusiastas do home office acreditarem que sim. Na velocidade em que precisou ser feita, é bem difícil que essa mudança tenha o nível de estabilidade adequado”, disse.

Ambos os consultores reconheceram que esse momento permite, como nunca antes, verificar a qualidade das equipes que montaram, a capacidade de delegação dos líderes e o grau de dependência de tecnologia da empresa. “Isso se mede não só pelo home office, mas pela fragilidade de processos, pela segurança”, disse Stucchi.

Outro consenso foi o de que as soluções de curto prazo devem ser pensadas para não se transformarem em “tiros no pé”. Afinal, a crise vai passar em um algum momento. “O máximo que for possível fazer a construção para algo perene depois, melhor. Dessa forma, você tem menos investimentos perdidos, tem ações que a contingência já acelerou, e provoca decisões que estavam sendo postergadas”, opinou o sócio-consultor.

Isso se relaciona com outro resultado do estudo “Jornada do CIO”, que revela que 58% dos líderes de TI destacam a capacidade de dar resposta a problemas complexos como item fundamental para carreira, e 56% citam também a habilidade de mudança e tomada de decisão. Essas habilidades estão sendo colocadas à prova constantemente.

Sergio Lozinsky afirmou não ver planos de continuidade sendo acionados pelas empresas com que têm mantido contato – pelo simples fato de que esses planos não existiam antes da pandemia. Dessa forma, as ações contingenciais foram ainda mais difíceis. É provável que esse cenário ajude a TI a sair fortalecida, mas para isso será preciso que o CIO se aproxime do CEO.

A conversa tratou ainda da autonomia que os profissionais estão demonstrando nesse momento, quais os indicadores de eficiência e produtividade que devem ser adotados para o trabalho remoto, a negociação de contratos com fornecedores, e a aplicação de conceitos ágeis.

“As empresas vão ter que trabalhar com dois curtos prazos”, disse Sergio Lozinsky. “Um imediato e um de retomada. Um possível caminho é pensar a retomada desde já. Porque haverá uma euforia inicial, um atendimento de uma demanda reprimida de muitos setores, depois é possível esperar uma nova retração, até entrar na fase da retomada gradual. O líder tem que pensar nisso desde agora, senão vai ser preciso outro comitê de crise”, finalizou.

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Continuidade dos negócios: por que o comitê de crise é a resposta possível, mas não a ideal

Os impactos que a pandemia de coronavírus impõe à gestão de TI

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